terça-feira, 30 de julho de 2013

BRASILEIRARIDADE



A torto e a direito vou ficando aperreado 
Para botar as barbas de molho tem que ser arretado 

Quero bagunçar o coreto do jururu
Para assobiar e chupar cana só macambúzio

Tirar pedra em casa de marimbondo faz destambocar
Virar defundo não carece empeiticar

Levar desaforo pra casa é coisa de fulustreco
Levar gato por lebre é muito estrambólico

Assim ou assado é a opinião trepeça 
Inté oião de mundiça 

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]

segunda-feira, 29 de julho de 2013

DÚVIDAS CERTAS


Se cheiro pode ser azedo 
E o silêncio pode dizer mais que palavras 
Por que, então, não sentir o gosto de água insípida 
Para que ser inodor e incolor para as dúvidas? 

Se penso para existir
E se estudo para saber que não saberei muita coisa
Por que, então, não andar mais devagar
Para que chegar mais rápido no futuro inerte?

Se escrever exige ser erudito
E o poetizar implica em tornar abstrato o dito
Por que, então, complicar tanto o que será lido
Para que distanciar tantos sonhos de seus sonhadores? 

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]

segunda-feira, 22 de julho de 2013

CARROSSEL



Aprenda a montar em cavalos entalhados
Aprece sair do lugar sem nunca chegar
Alegra em círculos ficar como se fosse para longe

Coloridos em rodas para distrair sonhos
Luzes que acendem as mãos que acenam
Despedidas e cumprimentos que se misturam

Com moedas fazem tudo rodar
Por pouco tempo tudo vai parar
E outra vez tudo vai começar

Os carrosséis são os mesmos
Mas nunca somos os mesmos a cavalgar
Um dia ele vai parar de girar e então iremos caminhar 

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]

sexta-feira, 5 de julho de 2013

RIMAS COM DISFEMIA



Te-te-te-ter dis-dis-dis-femia 
Nã-nã-o que-que-quer di-di-zer que é m-m-minha 
Ap-p-p-p-enas é a si-si-si-si-na

Se-se-ser ga-ga-ga-go não é e-e-e-esco-lh-lh-lha
É dis-dis-dis-t-t-tur-bi-bio da-da-da fa-fa-la
Po-po-po-por is-is-to q-q-q-que fa-fa-fa-lha

T-t-t-tem o-o-ri-ri-ri-gem ge-ge-ge-né-né-ti-ti-ti-ca
Po-po-po-de s-s-s-s-ser p-p-p-sico-co-co-ló-ló-gica
E at-at-at-té so-so-so-so-so-ci-ci-ci-al

Bu-u-u-u-rli-i-in-in-ng é cri-ri-ri-me!
Ca-ca-ca-ço-ço-ar da-da-da dis-is-is-fe-fe-fe-mia
Só-só-só pi-pi-o-o-ora a-a-a ma-ma-ma-ni-i-i-i-a 

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]

terça-feira, 2 de julho de 2013

SER SÍLABO


Monossílabo 
Dissílabo 
Trissílabo 
Tetrassílabo 
Pentassílabo 
Hexassílabo 
Heptassílabo 
Octossílabo 
Eneassílabo 
Decassílabo 
Hendecassílabo 
Dodecassílabo 
Enfim, ser sílabo 

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]